Formiga alcançou o feito de ser a atleta (entre masculino e feminino) com maior número de jogos com a camisa amarelinha, portanto é uma das maiores jogadoras da história da Seleção Brasileira. Mas ao voltar ao país para jogar bola e se aposentar no clube do coração, o Tricolor Paulista, a volante não gostou do que encontrou e detonou a estrutura oferecida pelo São Paulo para o futebol feminino.
Em entrevista para o site UOL, a jogadora de 45 anos soltou fortes críticas, dizendo até que debochavam quando sugeria melhorias para o clube:
“Quando voltei ao São Paulo, foi algo absurdo. Um choque de realidade muito grande. Fiquei muito triste com o que vi. A gente juntava a galera para conversar e debochavam quando eu sugeria melhorias. A estrutura que dão até hoje para o futebol feminino não é boa. Não é bacana”, desabafou a atleta.
Imagem: Divulgação/@saopaulofc_fem
Quando o contrato acabou, a volante rejeitou uma renovação, e ainda ouviu que teria que devolver os uniformes utilizados durante sua passagem.
“Ouvi que, se eu não devolvesse, descontariam do meu salário. Então eu disse: ‘Pois, meu filho, desconte! Não vou devolver’. O que é isso? Passei o ano todo com essa roupa. Então outra menina vai chegar e vai ter que cheirar o meu sovaco? É falta de respeito comigo e com ela”, contou.
A fisioterapia oferecida pelo clube também sofreu criticas, pois só disponibilizavam um horário. Então, quando a atleta machucou, teve que recorrer à tratamento particular para tentar voltar mais rápido, mas também foi repreendida por essa atitude, pois ouviu do ex-supervisor da equipe que não era adequado fazer tratamento por fora.
NOTA OFICIAL DO SÃO PAULO
Com a repercussão do caso, o clube soltou uma nota sobre o assunto:
“A estrutura do clube conta com três locais de treinamento que podem ser utilizados pela equipe durante a temporada: Complexo Social do Morumbi, CFA Laudo Natel e CT da Barra Funda. A escolha pelos treinos no Morumbi, utilizando o campo sintético, foi por votação das atletas no início da temporada, assim como neste ano.
A equipe feminina tem duas academias a disposição das atletas, uma no clube, onde acontecem os treinos durante a semana, e outra dentro da fisioterapia do clube, local onde as atletas que necessitam fazem complemento.
O Departamento Médico da equipe feminina principal conta com duas fisioterapeutas e uma médica. As profissionais trabalham em turnos diferentes, inclusive com atividades de prevenção e ativação por três vezes na semana antes dos treinos matinais e acompanhamento de toda a atividade em campo ao longo da semana, além de trabalhos de recuperação e tratamentos de lesões no período da tarde.
Os uniformes são cedidos pela fornecedora de material esportivo para o clube, de acordo com o previsto em contrato, com troca por temporada (que acontece para todas as equipes e categorias por volta de março).”