A disparidade salarial entre jogadores e jogadoras de futebol ficou evidente mais uma vez com o anúncio dos prêmios para a Copa do Mundo Feminina de 2023. As remunerações das atletas e comissões técnicas representam apenas 25% do total pago aos participantes do Mundial masculino no Catar.
Cada uma das 368 jogadoras das 16 seleções eliminadas ainda na primeira fase receberá o valor mínimo de US$ 30 mil.
Já as campeãs embolsarão US$ 270 mil cada uma. A premiação máxima é mais que o dobro da média salarial anual de uma jogadora profissional.
Na Copa de 2019, os salários das principais atletas brasileiras equivaliam aos de jogadores da Série C do Brasileirão masculino. Enquanto times grandes gastavam cerca de R$ 10 milhões com o elenco masculino, os investimentos no feminino giravam em torno de R$ 100 mil. Hoje, o salário da craque Marta é apenas 1% do que ganha Neymar, segundo levantamento do jornal Marca.
Diante deste cenário, a Copa do Mundo Feminina representa uma oportunidade de dar mais visibilidade e valorizar as jogadoras, buscando diminuir a diferença histórica de remuneração em relação aos homens no futebol. Segundo projeção do Fórum Econômico Mundial, a igualdade salarial entre gêneros em todas as áreas deverá acontecer apenas daqui a 131 anos.
Quanto a seleção campeã da Copa do Mundo Feminina de 2023 vai ganhar em premiação?
Pela primeira vez, o montante total distribuído pela FIFA às federações participantes ultrapassará os US$ 50 milhões, o que representa um aumento de três vezes em comparação à edição anterior, realizada na França em 2019.
A entidade máxima do futebol estabeleceu que a equipe campeã receberá US$ 4 milhões, enquanto a vice levará US$ 2,5 milhões. As semifinalistas embolsarão US$ 2 milhões e as quartas finalistas, US$ 1,5 milhão. Já as 16 seleções eliminadas ainda na primeira fase terão premiação de US$ 750 mil.
Leia mais:
Top 10 melhores jogadoras do futebol feminino no FIFA 23
Embora o valor seja inédito para o torneio feminino, ele ainda é significativamente menor do que os US$ 440 milhões destinados às equipes da Copa do Mundo masculina de 2022. A título de comparação, a seleção masculina da França faturou US$ 42 milhões pelo título em 2018, enquanto a equipe feminina recebeu US$ 4 milhões em 2019.
A disparidade reflete a diferença histórica de investimentos e valorização entre o futebol praticado por homens e mulheres. No entanto, a FIFA estabeleceu a meta de igualar as premiações das competições masculina e feminina até a Copa de 2027, em linha com iniciativas para fortalecer e profissionalizar cada vez mais o futebol jogado por mulheres ao redor do mundo.